Um estudo contratado pela BHP Billiton, uma das acionistas da Samarco, revelou que o Espírito Santo deixará de contar com 4.111 vagas de emprego em 2017, diretos e indiretos, caso a mineradora não retorne às atividades. Sem estes postos de trabalho, a massa de renda do Estado poderá retrair R$ 283 milhões neste ano.
O estudo, feito pela Tendências Consultoria, também mostrou que o Estado vai deixar de arrecadar R$ 206,2 milhões neste ano em impostos estaduais se a mineradora não retomar suas atividades em Anchieta, no Sul do Estado.
O valor equivale a 2% do total de impostos recolhidos pelo Estado. Já em relação aos municípios, a perda é de R$ 8,5 milhões em 2017. Além disso, a paralisação das atividades da Samarco também tem impacto sobre as exportações: a perda nas vendas ao mercado internacional chegará a US$ 766 milhões em 2017, 8% do total do Espírito Santo.
A empresa está sem operar desde novembro de 2015, quando uma barragem se rompeu em Mariana, Minas Gerais, provocando uma enxurrada de lama que deixou 19 mortos e um desaparecido, destruiu o distrito de Bento Rodrigues e contaminou o Rio Doce e parte do litoral Norte do Espírito Santo.
Segundo o economista da Tendências Consultoria, Eric Brasil, governos federal, estaduais e municipais vão deixar de arrecadar R$ 989 milhões neste ano se a empresa continuar inativa. “É um valor muito significativo na economia, principalmente se levar em consideração o momento de crise pelo qual estamos passando, que combina queda de arrecadação de impostos e perda de postos de emprego. Nesse ambiente, a dificuldade imposta pela inatividade da Samarco fica ainda pior, é ainda mais preocupante para essas cidades e para os Estados (de Minas e Espírito Santo)”, avalia.
Como é uma empresa de grande porte, o impacto nos municípios de Guarapari e Anchieta, que são pequenos, é muito forte, destaca o pesquisador. “Como a empresa é grande, acaba tendo municípios muito dependentes da atividade dela. Guarapari e Anchieta são cidades com uma queda muito forte na arrecadação e nos postos de trabalho, tudo isso se torna mais significativo nesse momento de crise”, pontua.
Além disso, o Estado também perde com a queda nas exportações. “A Samarco exportava tudo que produzia. Então, com ela parada, não se geram divisas para o país. Num contexto de crise, a situação fica ainda mais difícil”.